Luanda - A estratégia da detenção de Daniel Neto,
director-geral da empresa “Konda Marta”, tido como o principal entrave na
disputa de terra, visa a prisão preventiva do Tenente-Coronel neste mês de
Dezembro, altura em que serão observadas as férias judiciais que vão até Março
do próximo de 2024, período suficiente, segundo fontes, para os “invasores”
conseguirem vedar o terreno das camponesas vendido a um empresário libanês.
As camponesas revelam que o
cliente que adquiriu o terreno de mais de 100 hectares, no Distrito Urbano da
Cidade Universitária, das mãos de supostos oficiais da Polícia Nacional,
pretende negociar, mas o comandante provincial de Luanda, Francisco Ribas, com
apoio do Joaquim Osvaldo Dadinho de Rosário, teria prometido retalhar as
camponesas com recurso a armas de fogo e a detenção do porta-voz das
camponesas.
A orientação para a detenção do
Tenente-Coronel, Daniel foi acelerada no seio do Serviço de Investigação
Criminal (SIC-Talatona), após a visita de uma delegação da UNITA, encabeçada
pelo secretário municipal, Damião Adolfo José. “Ele agora foi para outro lado”,
comentou um dos oficiais que trabalha com o comandante do Talatona, Joaquim do
Rosário.
Segundo uma fonte do SIC, “com a
presença da delegação do galo negro na área em litígio, o SIC e a PGR aceleram
o processo de detenção do empresário, mesmo se ser notificado, alagando que
anda desaparecido escondido em residência de um agente do Serviço de
Investigação Criminal”.
Na manhã desta segunda-feira, 27,
cerca de 70 camponesas da sociedade “Konda Marta” deslocaram-se até à
Procuradoria-Geral da República (PGR), para saber do andamento do processo
movido em Janeiro de 2022, contra o comandante da Polícia do Talatona, Joaquim
do Rosário.
“Não se entende que uma figura
que nós movemos um processo-crime de violência contra as camponesas, o processo
nunca andou e o mesmo subcomissário continua a fazer das suas, e agora manda
fazer um mandato para a minha detenção”, argumentou Daniel Neto.
Este portal sabe que na
quinta-feira, 30, o secretário da UNITA em Luanda, Adriano Sapinala,
acompanhado de alguns deputados da bancada parlamentar vão visitar as
camponesas para constatar a real situação de um conflito de terra que já se
arrasta há vários anos, sem fim a vista entre indefesas camponesas e altas
patentes da Polícia Nacional (PN) e das Forças Armadas Angolanas (FAA).
Fonte: radioangola.org