Cabinda - A Polícia Nacional no
município de Buco-Zau, na província de Cabinda, deteve o secretário municipal
do braço juvenil da UNITA, JURA, Júlio Bumba Mueca, que mobilizou mais de 300
jovens para a exploração ilegal de ouro na região. O secretário nacional da
JURA, Nelito Ekukui, disse que tomou conhecimento da situação, mas aguarda mais
informações a partir de Cabinda.
Ocomandante da Polícia local,
António César Tati, citado pela Angop, disse que os seus efectivos, em
coordenação com outros órgãos de defesa e segurança, iniciaram, na passada
sexta-feira, 01, uma "operação de limpeza" nas zonas consideradas
críticas, onde se desenvolve a actividade de garimpo de ouro com grande
intensidade.
Na sequência da atitude da
Polícia Nacional, segundo António César Tati, "um grupo composto por pelo
menos 300 jovens protagonizou, na noite de sábado, actos de arruaça e
vandalismo na vila de Buco-Zau, província de Cabinda, provocando a destruição de
alguns bens públicos e privados".
"O cidadão Júlio Bumba Muel,
insatisfeito com as medidas da Polícia, por se tratar de um dos mentores da
actividade ilícita de garimpo, e com o intuito de soltar os 10 garimpeiros
detidos, mobilizou um grupo de jovens, também garimpeiros, e criou uma
barricada no bairro Cruzamento do Caio, na entrada da vila de Buco-Zau",
disse o comandante da Polícia.
Esta terça-feira, 05, a
administração municipal de Buco-Zau, repudiou os actos de vandalismo
protagonizados, sábado último, por um grupo de cerca de 300 cidadãos, na sua
maioria jovens.
A acção de vandalismo resultou,
segundo Angop, na destruição de cerca de 280 armações para protecção de plantas
de ornamentação e arborização da Vila, quebra de vidros na residência
protocolar da administração municipal e em viaturas de cidadãos, bem como de
candeeiros de iluminação de muros de residências de alguns estabelecimentos
comerciais.
O grupo é ainda acusado de
proferir injúrias contra figuras do Estado angolano.
Face à situação, a administração
municipal de Buco-Zau encoraja as autoridades competentes a prosseguir com as
medidas que visam impedir o garimpo e a responsabilizar os autores pelos danos
causados.
Exorta ainda a juventude local a
não se deixar instrumentalizar, mesmo no exercício dos seus direitos e
liberdades, cidadania e soberania, e a pautar-se por conduta cívica, urbana,
responsável, assente no respeito e protecção do património público e privado, a
diferença, tolerância política e trabalhar em conjunto para edificação de um
município condigno.
Contactado pela ANGOP, o
secretário municipal da UNITA no Buco-Zau, António Bufeca Vumbi Toco, admitiu o
envolvimento do responsável da JURA no vandalismo e disse ter reportado a
situação ao secretariado provincial da UNITA, na cidade de Cabinda, para os
devidos procedimentos internos, dentro da ética e deontologia.
Para o comandante da polícia no
Buco-Zau, superintendente-chefe António César Tati, é missão da Polícia
Nacional combater o crime, sobretudo os actos da prática do garimpo, com vista
a manter a ordem e a legalidade no exercício de exploração de mineiros.
O secretário nacional da JURA,
Nelito Ekukui, disse que tomou conhecimento da situação, mas aguarda mais
informações a partir de Cabinda, para tomar uma posição.
Refira-se que os municípios de
Belize e de Buco-Zau iniciaram, em Outubro de 2021, a exploração de ouro,
depois da conclusão dos trabalhos de prospecção, que ditaram a existência do
mineiro nas duas localidades.
A explorações de ouro acontece
nas aldeias do Penicacata (Buco-Zau) e do Quindamba (Belize), duas localidades
da província de Cabinda, com fortes indícios de existência de
"enormes" quantidades do minério.inda, para tomar uma posição.