Luanda - O que os taxistas e
automobilistas mais temiam está a acontecer. A circulação nas vias de acesso ao
Palanca-2 está quase a ficar impossível e, a cada dia que passa, em cada
chuvava que cai, a degradação das estradas piora e ameaça deixar de ser
possível.
No dia 29 de Agosto deste ano, o
Novo Jornal noticiou as preocupações dos automobilistas e taxistas que
diariamente circulam pelas estradas da rua Olímpio Macuéria (Estrada Nova do
Palanca), largo do Zaba, rua da Polícia e pela via do Dinak, que dá acesso à
lixeira do Avô Kumbi, alertando para os estragos que as chuvas poderiam causar
naquela circunscrição.
Chegada a época das chuvas, que
uma pluviosidade acima do normal, os condutores já começaram a sentir na pele aquilo
que estava anunciado: a crescente dificuldade na deslocação dos taxistas,
moto-taxistas, com um aumento do preço das corridas que "afoga" a
carteira dos moradores.
A zona do Angalo, na rua Olímpio
Macuéria, é a parte mais crítica da estrada Nova, tanto é assim que os
condutores optaram por fazer o desvio pela Rua D (via terciária) só para chegar
nos Congolenses, porque a estrada daquela área está a destruir carros e
motorizadas como nunca.
Só na última semana, quatro
viaturas e 14 motorizadas ficaram ali pelo caminho, na estrada do Angalo,
quando faziam serviço de táxi no troço rodoviário que liga o Sanatório ao
antigo campo da ex-Força Aérea Popular de Angola (FAPA), no Bairro Popular.
Quanto à via do largo do Zaba,
onde estão localizadas a administração do distrito do Palanca e o centro
materno infantil, até à lixeira do Avó Kumbi, a situação esta lastimável,
porque aquela área não beneficia de um tapete asfáltico há mais de uma década.
Para além dos automobilistas e
taxistas, os passageiros que usam a via do Palanca Sanatório Congolenses e
lixeira do Avó Kumbi também estão a sofrer e a gastar o dobro no táxi com este
cenário do mau estado das estradas.
Os taxistas e moto-taxistas estão
a aproveitar-se deste caos para fazer linhas curtas e ganhar duas vezes numa
viagem que custa 150 kwanzas, nas horas de ponta.
Por exemplo, das 07:00 até às
10:00, a rota Palanca-Sanatório Congolense são 300 kwanzas, sendo que, do
Sanatório até ao Angalo, cobram 150 kz e lá chamam Congolenses ao mesmo preço e
das 16:00 até às 19:00 o processo continua.
Já uma corrida de motorizada nos
arredores do bairro que antes custava 150 a 200 kwanzas, agora estão a fazer a
partir de 300kz até 500 kz.
Em conversa com alguns taxistas e
moto-taxistas que de minuto a minutos circulam pelas vias do Palanca-2, foi
possível verificar que eles encontram-se agastados com o mau estado das
estradas.
Um condutor afirmou que "
nas últimas semanas tem havido mais gastos em compras de peças para os nossos
carros do que lucros".
Como é o caso do moto-taxista
José Kambia que lamenta pelo sofrimento que estão a ter ao trabalhar nestas
condições.
"Nesta fase de chuva aqui no
Palanca é de muito sofrimento, só não paramos de trabalhar, porque temos famílias
para sustentar", disse.
E Carlos Paxe, taxista, adiantou
que dois dos seus vizinhos que fazem táxi estão desde a semana passada parados,
porque os seus carros foram destruídos na estrada. "Tenho dois amigos que
não estão a trabalhar mais, os seus carros estragaram".
Ester de Carvalho, ma moradora,
lamenta igualmente pela degradação das estradas e teme pela sua viatura,
preferindo andar de táxi do que com o carro próprio. "Agora quando saiu
para as minhas actividades vou de táxi, para conservar o meu carro".
Recentemente, numa entrevista ao
Novo Jornal, o administrador adjunto para área técnica do distrito do Palanca,
Euclides Cristóvão, disse que em breve aquelas vias serão reabilitadas, mas nem
todas beneficiarão de um tapete asfáltico.
"A estrada da rua Olímpia
Macuéria será reabilitada ainda este ano em toda a sua dimensão, após os
acabamentos finais da obra no distrito do Neves Bendinha."
Euclides Cristóvão esclareceu
também que, nas vias internas (secundárias e terciárias), serão terraplanadas e
não vão ser asfaltadas, como é o caso da rua do Dinak e do Kayango.
O administrador adjunto para área
técnica disse também que "o gabinete de infra-estruturas e serviços
técnicos do Governo Provincial de Luanda é que está à frente do processo da
obra de reabilitação que será feita nas estradas do Palanca".
Há mais de dez anos que a rua do
Zaba não beneficia de um tapete asfáltico e o asfalto da rua da Estrada Nova já
foi à vida. Tanto assim é que alguns condutores usam como alternativas as ruas
do Palanca-1 para chegarem até à cidade, mas o trajecto não é o mesmo para quem
faz o táxi dos congolenses tendo a via da Olímpia Macuéria como principal
acesso.