Luanda - Um grupo de activistas
sociais do município do Soyo, província do Zaire visitou Luanda, para entregar
uma petição à Assembleia Nacional a solicitar uma Comissão de Inquérito
Parlamentar, para o que chamam de mau funcionamento de duas instituições de
soberania naquele município petrolífero: os tribunais e a Procuradoria Geral da
República.
A petição de 5 páginas já está na
casa das leis, onde os activistas queixam-se do que consideram tráfico de
influência e péssimo trabalho.
Fortunato Isaak porta-voz da petição
dos activistas do Soyo que já deu entrada no parlamento angolano, disse que
"o funcionamento tanto da PGR, como dos tribunais no município do Soyo,
província do Zaire é indigno".
"No tribunal de comarca do
Soyo um juiz tomou uma decisão sem ter havido processo, um outro caso foi em
2018 quando demoliram 31 casas na área da Kinika, fez-se na altura um abaixo
assinado e nada", disse acrescentando que "o tribunal fez cobranças
sobre o mesmo processo, passou guias de depósitos".
"Um outro caso também de
terrenos em Nkondo Nkondo, com advogados e tudo e nada", disse.
Um morador do Soyo que pediu para
não ser identificado temendo represálias, disse à VOA que estas instituições no
Soyo praticamente não trabalham.
"Eles se hoje trabalham
amanhã não vão, eles trabalham quando querem, estas instituições estão mais
fechadas que abertas, está mal no Soyo", disse.
A VOA tentou contactar em Luanda
o porta voz da PGR, sem sucesso. Tentamos igualmente falar com um porta-voz do
tribunal do Soyo mas não fomos bem sucedidos.
Da Assembleia Nacional também sem
gravar entrevista, um porta voz disse apenas que a casa das leis tomou
conhecimento da entrada da petição no dia 3 deste mês.
As instituições em causa não se
pronunciaram.