UNITA diz que seja qual for o resultado do processo de destituição do PR, o País não voltará a ser o mesmo

 


O Grupo Parlamentar da UNITA diz que após o fim do processo de destituição ou não do Presidente da República, João Lourenço, Angola já não será o mesmo País, tendo em vista "o embaraço" que esta iniciativa causou no seio do regime, que acusa de "disseminar informações negativas à sociedade, alegando tratar-se de um golpe do Estado".

Vimos que o Presidente da República não está acima da Lei. Os responsáveis do regime propagam falsas informações, dizendo que a iniciativa da UNITA de destituir o Presidente da República é um golpe de Estado", disse esta quarta-feira, 02, o líder do Grupo Parlamentar da UNITA, Liberty Chiyaka, em conferência de imprensa que serviu para apresentar procedimentos constitucionais e legais para a iniciativa de acusação e destituição do Presidente da República.

Segundo o deputado, como o voto é secreto no Parlamento, "o regime tem medo", na sequência do que aconteceu nas eleições de 2022, em que o Presidente da República perdeu as eleições na assembleia onde votou.

"Os que votaram naquela assembleia são na sua maioria pessoas ligadas à Presidência da República. Como o voto é secreto no Parlamento, o MPLA tem muito medo", acrescentou.

Nos esclarecimentos que fez, o líder do Grupo Parlamentar da UNITA disse que "não são os deputados da UNITA que vão impugnar a governação do Presidente da República e promover a sua destituição, porque não têm competência constitucional para o fazer".

"Só o povo, por iniciática de 1/3 dos seus representantes e aprovação dos 2/3, na Assembleia Nacional, pode destituir o Presidente, porque a soberania reside no povo, e não nos partidos", elucidou.

Segundo ele, os deputados representam todo o povo, independentemente dos seus Grupos Parlamentares, ou representantes de partidos políticos.

"Quando chegar a altura da votação, os deputados não vão ter medo de ninguém. Nenhuma câmara escondida vai filmar o sentido de voto do deputado. Nenhum laboratório analisar a impressão digital em cada boletim de voto", disse.

Para o deputado, "quem vota para destituir o Presidente da República não é o MPLA, nem a UNITA, nem o PRS/FNLA, nem PHA, é o povo, através dos seus enviados à Assembleia Nacional", acrescentou, sublinhando que "não é uma questão partidária, mas sim de soberania do povo".

"Há, obviamente, um conflito entre o povo, dono do poder, e o Presidente da República, pela sua má governação e má conduta", referiu, salientando que Angola tem de ultrapassar a fronteira dos partidarismos para poder crescer.

"Se o processo de instrução fornecer e validar as provas de que houve violações à Constituição, traição à pátria, suborno ou corrupção da parte do Presidente da República, qualquer um destes crimes, basta um, o processo seguirá os seus trâmites. Tudo dentro da Assembleia Nacional", argumentou.

De acordo com o deputado, "depois da votação, a comunicação ou a petição de procedimento da Assembleia Nacional ao Tribunal Supremo ou Constitucional deve ser acompanhada da proposta de iniciativa de acusação e destituição, apresentada por 1/3 dos deputados em efectividade de funções e a respectiva resolução aprovada por 2/3 dos deputados".

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