Luanda - O ministro de Estado e
Chefe da Casa Militar do Presidente da República, Francisco Furtado, admitiu
haver actos de indisciplina no seio dos efectivos da Polícia Nacional, visto
que no acto de recrutamento o processo foram mal selecionados.
"Temos de admitir que a
natureza de recrutamento destes efectivos, no passado, não foi bem
adequado", disse Francisco Furtado, quando respondia aos deputados à
Assembleia Nacional, que estão discutir OGE 2024 na especialidade.
Segundo o ministro de Estado e
Chefe da Casa Militar do Presidente da República, o ingresso dos efectivos para
a Polícia Nacional devem privilegiar efectivos das Forças Armadas Angolanas
licenciados à reforma.
O próprio ministro do Interior,
Eugénio Laborinho, também reconheceu existir indisciplina na Polícia, frisando
que, neste momento, estão em formação oito mil efectivos provenientes da FAA,
para reforçar a Polícia Nacional.
"Estes efectivos, depois da
sua formação, serão enviados nos postos ao longo da fronteira", assegurou
o ministro do Interior.
Os deputados à Assembleia
Nacional aguardam do Ministério do Interior a conclusão de um inquérito para o
apuramento de supostas irregularidades na inserção de nomes nas folhas de
salário dos elementos afectos à Polícia de Segurança Pessoal e de Entidades
Protocolares (UPP/UGH) destacados no Parlamento.
Nos últimos dias tem circulado,
sobretudo nas redes sociais, uma denúncia pública anónima sobre a existência de
tais irregularidades.
"Estas irregularidades devem
ser esclarecidas urgentemente, porque mancham a imagem da corporação",
segundo o Grupo Parlamentar da UNITA.
Refira-se que a Assembleia
Nacional de Angola anunciou recentemente que o Ministério do Interior abriu um
inquérito para apurar alegadas irregularidades envolvendo pagamentos salariais
fantasma a elementos ligados à segurança pessoal e entidades protocolares.
Em comunicado, o Parlamento
angolano afirma ter tomado conhecimento de uma denúncia sobre a introdução nas
folhas de salários da Unidade de Protecção Parlamentar e Unidade de Guarda de
Honra (UPP/UGH) de nomes de pessoas que não lhes pertencem, e que encaminhou o
caso para os órgãos competentes.
Segundo uma denúncia anónima que
circula nas redes sociais, mais de 300 pessoas que não pertencem a estas
estruturas recebem mensalmente salários e subsídios da Assembleia Nacional.
Embora estas duas estruturas
sejam um órgão externo à Assembleia Nacional, "perante a gravidade da
situação descrita na denúncia, com contornos criminais", o caso foi
apresentado à Casa Militar do Presidente da República e ao gabinete do Ministro
do Interior "para o apuramento dos factos e tratamento legal",
segundo o comunicado.