Luanda - O Bureau Político do MPLA instruiu todas as suas
estruturas a nível nacional, provincial e municipal a promoverem actos de
massas para travarem a pretensão do principal partido da oposição, UNITA, que
visa "desalojar do poder" o Presidente da República, João Lourenço.
Em Luanda, por exemplo, a direcção do partido convocou para
este sábado, 29, o acto político de massas dentro do programa "Meu CAP,
meu Partido", que visa implementar uma dinâmica de trabalho ao nível das
estruturas de base nos comités de acção nas comunas, distritos urbanos e
municípios da província.
A comissão organizadora do acto de massas em Luanda garante
que são esperados, às 9:00, no largo das Escolas, milhares de militantes,
simpatizante e amigos, que vão manifestar o seu apoio ao Presidente João
Lourenço.
O Grupo Parlamentar do MPLA voltou na quinta-feira, 27, a
reiterar o seu incondicional apoio ao Presidente da República, alegando que não
existem acções ou omissões do Chefe do Estado que justifiquem lançar-se mão ao
artigo 129º da Constituição da República de Angola, que consagra as razões de destituição
do Presidente da República.
O Grupo Parlamentar do MPLA reprova que a UNITA continue a
desacreditar as instituições do Estado, e o partido no poder garante que
"não vai permitir que o Estado de Direito corra o perigo".
O Grupo Parlamentar do MPLA "tem plena consciência de
que ainda há algumas insuficiências que devem ser atendidas e devidamente
tratadas, mas acredita em melhorias significativas nos próximos tempos".
Refira-se que o Grupo Parlamentar da UNITA anunciou
recentemente que vai apresentar um pedido de destituição do Presidente de
Angola, João Lourenço, por considerar que o seu Governo subverteu o processo
democrático no País e está a consolidar um regime autoritário que atenta contra
a paz.
"O Presidente da República em funções subverteu o
processo democrático, tendo consolidado no país um regime autoritário, que
atenta contra a paz e contra os direitos fundamentais dos angolanos,
designadamente, não há pluralismo nem igualdade de oportunidades e de
tratamento das diversas correntes de opinião política no espaço público",
argumenta a UNITA.
A UNITA afirma igualmente existirem "fortes evidências
de coacção" de órgãos constitucionais, designadamente a Assembleia
Nacional, a Procuradoria-geral da República, o Banco Nacional de Angola e os
tribunais, por "parte do Presidente da República, que atentam contra o
regular funcionamento das instituições".