Angola aumenta investimentos em educação, mas milhares de crianças seguem fora da escola



Lisboa - Apesar do aumento constante no orçamento para a educação, Angola ainda enfrenta desafios significativos no setor. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) alerta que milhares de crianças continuam fora do sistema de ensino e que a sobrelotação das escolas afeta negativamente a qualidade da educação no país.

Investimentos crescentes no sector

Durante uma mesa-redonda sobre investimentos em educação, realizada nesta quinta-feira, o representante da UNICEF em Angola, Antero Almeida, destacou que o orçamento destinado ao setor tem crescido anualmente nos últimos cinco anos. Ele aplaudiu iniciativas como o Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), que promove a construção de novas escolas e centros infantis, além de programas voltados à formação de professores e à melhoria das competências pedagógicas, como o projeto piloto “Aprendizagem na Idade Certa”.

Segundo Almeida, a proposta do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2025 destina 2,24 biliões de kwanzas (cerca de 2,1 mil milhões de euros) à educação, a maior alocação já registrada no país, representando 6,5% do total do orçamento. Entretanto, ele destacou que a meta de 20% estabelecida pela Declaração de Incheon ainda está distante.

Desafios persistentes

Embora os esforços do governo angolano sejam reconhecidos, desafios como a exclusão escolar, as disparidades de género na transição para o ensino secundário e a insuficiência de infraestruturas escolares permanecem graves. “Garantir uma educação de qualidade para todos os meninos e meninas em Angola é essencial para o crescimento económico. Cada dólar investido em educação pode gerar até 10 dólares em benefícios económicos”, afirmou Almeida.

Compromisso do governo

O secretário de Estado para o Ensino Pré-Escolar e Ensino Primário, Pacheco Francisco, reforçou o compromisso do governo em melhorar os processos educativos, alinhando currículos, modernizando programas e investindo em recursos humanos e materiais. “O aumento gradual do orçamento reflete a intenção de criar um ambiente adequado para o desenvolvimento do setor e garantir que a educação tenha um papel central na sustentabilidade do país”, afirmou.

Apesar dos avanços, Angola ainda enfrenta um longo caminho para assegurar que todas as crianças tenham acesso à educação de qualidade, uma questão crucial para o desenvolvimento social e económico do país.

Fonte: Observador

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